terça-feira, 4 de outubro de 2011

Pré-Sal:votação sobre royalties domina o Congresso

O Palácio do Planalto aposta em negociação para evitar derrubada de veto à distribuição de royalties do pré-sal entre todos os Estados. Em dezembro do ano passado, o então presidente Lula vetou a chamada emenda que tirava dinheiro dos Estados produtores de petróleo. Uma reunião do Congresso Nacional está marcada para esta semana, e o veto deve ser derrubado por deputados e senadores. O governo ainda tenta uma saída negociada para evitar que a questão seja discutida no plenário. O Rio de Janeiro, o Estado que mais produz petróleo no país, será aquele que mais deixará de ganhar dinheiro se a distribuição dos royalties for alterada. O líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza, afirma que o Planalto já deu sinal verde para um acordo. A própria União teria a fatia dos royalties diminuída, mas o problema é que Rio de Janeiro também teria que abrir mão de parte do bolo. Falando ao repórter André Graziano, o deputado Cândido Vaccarezza, afirmou que o governo fluminense não quer deixar de receber um tostão pelo petróleo. O líder do governo na Câmara tenta conseguir uma redução na participação do Rio, atualmente em 26%, para cerca de 23%. O deputado salienta que o Estado não perderia dinheiro, já que o uso da camada Pré-Sal aumentará a produção de petróleo. O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, anunciou que recorrerá ao Supremo Tribunal Federal se o veto for derrubado. Sérgio Cabral antecipa que a própria presidente da República também está disposta a tomar atitude semelhante. A reunião do Congresso que analisará a matéria está marcada para quarta-feira. O governo espera o refluxo de algumas bancadas, como Pará e Sergipe, Estados que têm indícios de sediar reservas do Pré-Sal.

Fonte: Jovem Pan

Alckmin reage ao PSD e mira na capital

Governador reúne vereadores, Serra e pré-candidatos tucanos à Prefeitura para divulgar investimentos de R$ 23 bi do Estado no município

Seis dias após o prefeito Gilberto Kassab obter o registro do PSD no Tribunal Superior Eleitoral, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) fez um contra-ataque político na cidade de São Paulo, principal cenário da batalha eleitoral de 2012. Num encontro inédito ontem à noite na Câmara Municipal, ele se reuniu com os vereadores, com dois ex-governadores (José Serra e Alberto Goldman) e com os quatro pré-candidatos tucanos à Prefeitura de São Paulo para divulgar os R$ 23 bilhões que o Estado pretende investir na capital paulista até o fim de seu governo. Pediu unidade e falou da importância da vitória na maior cidade do País.

Acompanhado dos principais nomes de sua administração, Alckmin deu, publicamente, a largada na discussão sobre a eleição em 2012, diante dos pré-candidatos Bruno Covas, Ricardo Trípoli, Andrea Matarazzo e José Aníbal. "Será um grande desafio de fortalecer o partido em todo Brasil e no Estado de São Paulo", anunciou o governador, antes de citar os investimentos que pretende fazer na cidade até 2014. A vitória na capital é estratégica para Alckmin, que deverá tentar a reeleição ao Palácio dos Bandeirantes.

Para isso, os tucanos querem amarrar o novo partido de Kassab no projeto de 2012, o que daria mais força para enfrentar o candidato do PT, que contará com o apoio do governo federal. Ocorre que o prefeito sinalizou que, por enquanto, pretende lançar candidato próprio. O mais cotado é o vice-governador Guilherme Afif Domingos, que conta com o entusiasmo de setores tucanos para ser, até mesmo, o cabeça de chapa. Aliados do prefeito dizem que ele poderia apoiar Alckmin em 2014 em troca do apoio a Afif no ano que vem.

Aliados de Alckmin, no entanto, apostam que o prefeito também tem como plano se candidatar a governador em 2014. Dizem ainda ser pouco provável o PSDB abrir mão da cabeça de chapa na eleição para a Prefeitura. Na reunião de ontem, o presidente municipal do PSDB e secretário de Gestão Pública, Julio Semeghini, chegou a mencionar a reeleição do governador como fator importante na estratégia municipal.

Serra também citou os investimentos feitos na capital, tanto em sua gestão de prefeito (2005- 2006), como na de governador (2007-2010). "Vamos fazer uma campanha apresentando aquilo que foi feito na cidade", declarou ao mencionar, entre outros projetos, as Amas (Assistência Médica Ambulatorial), as escolas técnicas e o bilhete único, que foi expandido para o metrô na sua gestão como prefeito.

"Isso é importante porque nos dá discurso", afirmou o líder do PSDB na Câmara Municipal, Floriano Pesaro, sobre os investimentos que os tucanos citaram.

Fote: O ESTADÃO