O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, afirmou, nesta quarta-feira, que seu país, o Paquistão e o Afeganistão estão unidos na luta contra os militantes islâmicos da rede extremista Al-Qaeda.
Em um pronunciamento após um encontro com os presidentes do Paquistão, Asif Ali Zardari, e do Afeganistão, Hamid Karzai, em Washington, Obama disse que o objetivo comum dos três países seria "paralisar, desmantelar e derrotar a Al-Qaeda e seus aliados".
"Nós percebemos cada vez mais que nossa segurança é compartilhada", disse ele.
"É uma lição que aprendemos de modo doloroso no 11 de Setembro e que não esqueceremos".
Obama afirmou ainda que os EUA estão "ao lado dos povos" e dos governos do Afeganistão e do Paquistão e que possuem uma estratégia clara para os dois países, tanto militar como civil.
O correspondente da BBC em Washington, Kevin Connolly, disse que o resultado mais palpável do encontro foi a decisão, ainda que não declarada, de se enviar mais tropas ao Afeganistão e mais ajuda financeira ao Paquistão.
Mortes de civis
Obama prometeu também um maior esforço para ajudar civis nos dois países e para tentar evitar as mortes dessas pessoas durante conflitos.
O Comitê Internacional da Cruz Vermelha disse que dezenas de pessoas morreram na terça-feira em bombardeios americanos realizados na província afegã de Farah, no oeste do país, perto da fronteira com o Irã.
Militares americanos disseram que forças afegãs pediram ajuda para reprimir um ataque de insurgentes. Mais de cem militantes do Talebã teriam atacado um posto policial em Farah, matando três oficiais.
Os militantes então teriam entrado em uma vila e decapitado três pessoas acusadas de colaborar com o governo. Pelo menos 25 militantes morreram no bombardeio americano que se seguiu.
Segundo a Cruz Vermelha, os civis estavam abrigados, buscando proteção dos combates na Província de Farah, quando as suas casas foram atingidas. Entre os mortos estariam mulheres e crianças.
Nesta quarta-feira, a secretária de Estado, Hillary Clinton, disse que os EUA "lamentam profundamente" o ocorrido e disse que os dois países vão investigar o incidente.
Paquistão
O presidente do Paquistão, Asif Ali Zardari, também prometeu apoiar os esforços conjuntos contra a Al-Qaeda e o Talebã.
O governo afegão criticava frequentemente o ex-presidente do Paquistão, Pervez Musharraf, acusando-o de ser leniente com militantes.
Ainda nesta quarta-feira, militares paquistaneses lançaram outra grande ofensiva contra militantes islâmicos na fronteira com o Afeganistão.
O governo calcula que 500 mil pessoas podem tentar deixar a região do Vale de Swat se a violência se intensificar na região.
Na terça-feira, o emissário dos Estados Unidos para o Afeganistão e Paquistão, Richard Holbrooke, disse, em uma sessão no Congresso americano, em Washington, que o Paquistão precisa fazer mais para combater o Talebã.